Maximizar os argumentos económicos a favor da participação: conceber programas de estágio rentáveis

“Os estagiários dão bons trabalhadores temporários com baixas qualificações”

Com demasiada frequência, as empresas empregam estagiários para preencherem postos de trabalho temporários e de baixa qualificação, com os quais a equipa de funcionários que trabalha a tempo inteiro prefere não lidar. Apesar de esta abordagem poder reduzir o esforço necessário para dar formação a um estagiário, anula totalmente muitos dos benefícios do estágio, nomeadamente no que se refere à melhoria do recrutamento, à transferência de conhecimentos e ao potencial valor criado pelos estagiários para a empresa.

“Os estágios só servem para preparar funcionários para os meus concorrentes”

Muitas PME argumentam que os investimentos na formação de estagiários só servem para preparar colaboradores que, em seguida, são seduzidos por empresas de maiores dimensões ou pelos concorrentes diretos da empresa…

Outra perspetiva relativamente aos estágios consiste em considerá-los como uma forma de fazer uma triagem, dar formação e selecionar a sua própria mão-de-obra futura. Neste sentido, temos o exemplo do programa “RISE Sheffield City Region”, no Reino Unido, que já se encontra em funcionamento há 5 anos, no qual 78% dos alunos se mantiveram na empresa anfitriã após a colocação inicial, o que demonstra que as PME podem reter o talento a longo prazo.

As entidades empregadoras que se recusam a dar formação a estagiários devido a preocupações com a concorrência ignoram os benefícios da criação de um ecossistema de potenciais trabalhadores altamente qualificados, formados em conjunto e disponíveis para todos os empregadores.

Além disso, alguns instrumentos simples, tais como os acordos de não concorrência e não divulgação, podem garantir que as informações confidenciais não serão partilhadas após o término dos estágios.